Parede de Escudos

17/02/2019

Entre os séculos V e X, a estratégia militar do uso da Parede de Escudos, para vencer uma batalha, é mostrada em vários filmes e seriados de televisão hoje em dia. O principal objetivo desta estratégia é o uso coletivo dos escudos, transformando em uma Parede única, dificultando baixas por causa das flechas inimigas ou do impacto da cavalaria.

Já há anos que a única proteção dos trabalhadores, vem demonstrando que está com tantos problemas, que a cultura de ignorar o uso desta proteção, é algo que é incentivado livremente pelos próprios trabalhadores.

Como em uma batalha, a Parede de Escudos era importante para a proteção dos soldados e para vencer uma batalha, analogicamente representa os sindicatos hoje em dia.

Mas os sindicatos dos trabalhadores, estão realmente com problemas? Como pode ser alterado esta condição para uma que seja favorável aos trabalhadores?

Perguntas com repostas difíceis, pois passa no reconhecimento do próprio trabalhador que ele é mais um elemento do sindicato, como cada soldado com seu escudo é um elemento da grande e infalível Parede de Escudos. 

Receber esta resposta se torna difícil quanto mais aceita-la, pois passa em reconhecer que o trabalhador e trabalhadora, não conhece o modelo do sistema sindical brasileiro e seu papel nele. E este desconhecimento é utilizado por grupos, ligados as grandes grupos econômicos, que fomenta e utiliza a cultura de ignorar a existência da importância dos sindicatos, entre os trabalhadores, tendo como objetivo em ter o controle político e econômico dos sindicatos, por consequência dos trabalhadores.

O escudo que seria para proteger os trabalhadores, passa a ser um instrumento de ataque contra os direitos dos mesmos. Situação de alguns sindicatos hoje em dia.

Mas tem muitos sindicatos que resistem bravamente, dando passos importantes, se guiando em sua principal atribuição, conforme Nota Técnica Nº 200 de 12/2018 do Dieese: "Uma das principais atribuições das entidades sindicais é a prática das negociações coletivas de trabalho, que garante aos trabalhadores contraporem-se ao poder das corporações patronais. ".

Porém tem sua atuação dificultada pela falta de consciência do trabalhador, que ele não pode estar próximo do sindicato, mas sim dentro do sindicato, pois ele é o sindicato.

Porém tem sua atuação dificultada pela falta de consciência do trabalhador, que ele não pode estar próximo do sindicato, mas sim dentro do sindicato, pois ele é o sindicato. 

Mas como funciona o sistema sindical brasileiro? Abaixo um resumo sucinto deste assunto:

O quadro explicita, na Fase 3, que existe diferença quando o trabalhador é somente representado e quando ele é representado e filiado (sindicalizado). Voltando para a comparação do escudo, é a forma mais democrática e correta de tomar do empregador o escudo roubado, e se juntar aos demais para montar a Parede de Escudos.

Vale destacar que existe diferença entre a Contribuição Sindical, Contribuição Assistencial e a Contribuição de Filiação (sindicalizado). O primeiro é descontado no mês de março, porém com autorização do trabalhador, o segundo é inserido em alguns acordos coletivos e convenções, mas está vetada para trabalhadores não filiados, e a terceira é aplicada mensalmente por iniciativa voluntária do trabalhador.

Quando o trabalhador e trabalhadora se filia (ou se sindicaliza ou se torna sócio), ele ou ela se empoderam pois além de alguns benefícios extras que alguns sindicatos oferecem, conquistam o direito a voto e a ser votado em eleições sindicais. Além de dar apoio político ao sindicato, a Parede de Escudos, para ter conquistas importantes no que se refere a direitos coletivos para o trabalhador e trabalhadora.

Basta olhar para o lado e verificar que o nível de filiação está diretamente relacionado a qualidade de proteções, nos direitos inseridos nos acordos e convenções coletivas.

A filiação também é uma forma indireta de cobrança dos trabalhadores, para que os dirigentes sindicais se mantenham atualizados, e se coloquem realmente no papel de representantes dos trabalhadores, pois isto pode refletir uma possível mudança na direção em época de eleição.

A proposta deste artigo, era mostrar de uma forma ilustrativa e de fácil entendimento, que a reforma trabalhista realizada ainda no governo Temer, e apoiado pelo grupo que foi eleito na eleição de 2018, não resolvem o problema do trabalhador.

Além de não reconhecer o seu valor como membro do sindicato, como também a melhora na eficiência e qualidade do movimento sindical, mas intensificou o abismo entre o trabalhador e trabalhadora com seus sindicatos. Onde a solução estava somente em criar ferramentas de aproximação e de atuação direta do trabalhador nos caminhos que as direções sindicais escolhem para trilhar.

Dúvidas, fique à vontade em deixar nos comentários ou me chamar no chat do meu portal www.claudionunes.com.br.