Liderança: Coração no Coletivo e Mente no Futuro

07/03/2019


Acho que você, caro leitor ou leitora, está pensando que este artigo é mais um sobre o dia Internacional da Mulher? Será que errou?

Este artigo tem como proposta dialogar com os petroleiros e petroleiras da Transpetro.

As mulheres petroleiras possuem uma militância desde sempre. 

Após a criação do Coletivo de Mulheres Petroleiras, foram feitas vários encontros em todo o país, tendo como resultados pautas voltada para o petroleiro e petroleira, e clausulas sendo inseridas em nosso ACT, como por exemplo a licença maternidade, a clausula da lactante e etc.

Após anos de conquistas, foi no Congresso Nacional da FUP de 2017, que foram conquistadas vagas na direção da FUP, inserindo a política de cotas.

Na prática a cotização foi uma forma de reconhecer que existem obstáculos criados dentro do movimento sindical petroleiro, no avanço na participação das mulheres nas direções sindicais.

Além dos espaços dentro da direção da FUP, as mulheres precisavam ter condições para que pudessem fazer política para as mulheres dentro do movimento sindical petroleiro, e um dos pré requisitos são as liberações sindicais, que são limitados em sua quantidade, e tem como base a concessão pela própria CLT e nos acordos coletivos do Sistema Petrobrás, por exemplo.

No ano de 2019, duas diretoras perderam suas liberações sindicais, através de decisão da direção de seus sindicatos, que possuem em suas direções maioria expressiva de homens.

Mas irei trabalhar na última perda que ocorreu, pois foi a mais recente.

No fim do mês de fevereiro, dentro dos 15 dias que estão agendadas ações organizadas pelas mulheres petroleiras do país inteiro, tendo como pauta o dia Internacional da Mulher e um ano do assassinato da Marielle Franco, foi aprovado pela direção do Sindipetro do Espírito Santo a retirada da liberação sindical da diretora Priscila Patrício.

Ela é a atual dirigente sindical do Sindipetro ES e da FUP, militante da juventude no Espírito Santo, funcionária da Transpetro, e até o fim de fevereiro possuía a liberação sindical pela FUP.   

As liberações sindicais que constam no ACT da Transpetro não vieram de graça.

Pois a luta da conquista das liberações sindicais para os dirigentes sindicais da Transpetro, foi uma batalha que participei com um coletivo, quando eu era dirigente da FUP.

Ao meu ver, se ocorrer a efetiva retirada da liberação sindical, da nossa liderança Priscila Patricio, será um retrocesso para nossa militância nacional. Um erro político imensurável.

Perde mais ainda todos os petroleiros e petroleiras da Transpetro. Pois a nossa líder em conjunto com o nosso líder Cardoso, que é diretor da FUP e do Sindipetro de Caxias, que articularam a costura da manutenção da cláusula de gasoduto em 2018, por exemplo.

Não consigo concordar com a retirada da liberação sindical da Priscila, por alguns motivos:

1 - Decidiram em uma reunião, onde ela não estava presente. No mínimo foram desrespeitosos com a companheira.

A mesma esteve comigo em uma reunião com a equipe do INEEP, com a Conselheira Administrativa da Transpetro Fabiana, o coordenador da FUP e estava programado o diálogo com o Conselheiro Administrativo da Petrobrás Danilo, porém este último não pode comparecer pois a reunião do CA da Petrobrás se estendeu acima do previsto. O motivo desta reunião foi discutir sobre os desafios da Transpetro como empresa, o papel do trabalhador e do movimento sindical, tendo como base a conjuntura atual. Muitos caminhos foram construídos nesta reunião, e que foram de fato altamente prejudicados com esta decisão do Sindipetro ES.

2 - Sendo a liberação da FUP, não seria a federação que deveria decidir sobre a transferência desta liberação para outro diretor? Vale destacar que a nossa líder é a única PETROLEIRA Transpetro na direção da FUP.

3 - Por que não houve diálogo com o Coletivo das Mulheres Petroleiras? No mínimo faltou respeito para com esta organização.

Tenho certeza que a direção do Sindipetro ES irá rever a decisão, avaliando bem o peso político. 

Não cometendo o mesmo erro político do SindipetroNF, onde por duas gestões seguidas não indicou nenhuma mulher ou mulheres paras as vagas que tinha direito na FUP.

Quem tem medo de errar, não consegue avançar, quem não reconhece os erros, têm sua caminhada prejudicada e atrapalha os demais, mais quem reconhece os erros, além de avançar, serve-se de exemplo.